sábado, 7 de maio de 2011

Pelé

                   “ Difícil não é fazer 1.000 gols como Pelé. Difícil é fazer 1 como Pelé” 
Carlos Drummond de Andrade

    - Pelé já era o melhor muito antes de ser e continua sendo muito antes de ter sido.
    Ninguém escreveu sobre Pelé com tanta competência quanto Armando Nogueira, autor da frase que inaugura este texto. A situação que Armando Nogueira se refere é o jogo que festejou os 50 anos do Rei Pelé, em 1990, em Milão. Crianças de todas as idades, convidadas pela FIFA, lotaram o espaço destinada a elas para ver Pelé jogando. Gente que jamais havia sonhado em ver o melhor jogador de todos os tempos em ação. Que cavou seu lugar nos estádio San Siro para assistir mais que um senhor de 50 anos. Para ver um mito.
    Mito que nasceu em 1956, logo depois de chegar à Vila Belmiro carregado pelas mãos de Waldemar Brito. Chegou para 18 anos de glória. Na história do campeonato paulista, sete jogadores terminaram com o título de artilheiro com mais de 30 gols. Pelé foi um deles. Detalhe: alcançou esse feito sete vezes.
    O ápice foi em 1958, quando atingiu a marca de 58 gols, até hoje um recorde.
    Aos 17 anos, marcou seis gols na Copa do Mundo, três dele na semi final contra a França.
     - Jogava em alta velocidade, com dribles curtos, longos, tabelas chutava com dois pés, cabeceava com os olhos abertos, olhando para o goleiro, passava bem, era inteligente, um guerreiro em campo, crescendo nos momentos ruins.
    A definição é dada por Tostão, seu parceiro de ataque na Copa de 1970, em seu livro Lembranças, Opiniões, Reflexões sobre futebol.
    Colecionou títulos e lesões. Uma delas tirou da Copa do Mundo de 1962, a partir do terceiro jogo. Outra tirou-o de ação das finais da Copa Intercontinental de 1963, contra o Milan.
    Entre uma contusão e outra, jogou aquela que afirma ter sido sua melhor partida em todos os tempos. O Santos havia vencido o Benfica por 3x2 no Maracanã e viajou a Lisboa para levantar o título. O Benfica já considerava concreta a possibilidade da terceira partida e chegou a vender ingressos para ela. Pelé impediu.
    Aos quinze minutos, fez Santos 1x0.
    Aos vinte e cinco, 2x0.
    Aos dezenove do segundo tempo, marcou o quarto do Santos, porque Coutinho tinha feito o terceiro. Jogada de Pelé.
    O mais completo jogador de todos os tempos, o único capaz de executar à perfeição todos os fundamentos. Pelé só poderia ter o currículo, mais completo. O único três vezes campeão mundial pela seleção, bicampeão mundial pelo Santos, 10 vezes campeão paulista, 5 vezes campeão da Taça Brasil, 1 vez do Robertão.
    O único da história do futebol a marcar 1000 gols como profissional. Até Romário, com sua precisa lista de 1002 gols, coleciona 47 como amador. Pelé, não. No dia 19 de novembro de 1969, ainda antes de completar sua obra, de ser tri no México, de jogar pelo Cosmo, postou-se diante de Andrada, na marca do cal do Maracanã. Dali, cobrou diante de câmeras de todo o mundo o pênalti que selou o milésimo de sues 1.082 gols.
    Por anos, a pergunta foi alguém seria capaz de marcar 1.000 gols depois de Pelé. A resposta foi concebida pelo maior poeta brasileiro. Carlos Drummond de Andrade esclareceu: “Difícil não é fazer 1.000 gols como Pelé.

Fonte: Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos

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